29 de junho de 2010

A SÍNDROME DOS COLECIONADORES DE ANIMAIS



(O doutor em psicologia Randy Frost, do Smith College, de Massachusetts, nos Estados Unidos, explica o que é a síndrome dos colecionadores de animais)

Colecionar animais (Animal Hoarding)


É um comportamento humano patológico, que envolve a necessidade compulsiva de ter e controlar animais, associada à incapacidade de reconhecer o sofrimento deles.
Implica o crime de maus tratos aos animais e envolve sérias questões de saúde pública.


ÉPOCA - Como um colecionador de animais patológico se diferencia de um cachorreiro normal?
Randy Frost- Observamos se os animais estão recebendo tratamento adequado. Há pessoas que possuem vários animais e são capazes de cuidar bem deles, mas em um dado momento alguma coisa acontece e surge um desequilíbrio. Normalmente é algum tipo de perda, seja financeira ou de alguma pessoa querida. A partir daí essas pessoas não conseguem mais cuidar dos animais como cuidavam antes e eles passam a sofrer. Elas não percebem que seu comportamento mudou e não tomam uma providência para voltar ao normal.


ÉPOCA - Então tudo começa a dar errado a partir de uma situação nova?
Frost-Sim, em alguns casos. Esse é um dos perfis de colecionadores de animais. Uma das características dessa síndrome é a ligação forte que essas pessoas sentem com os animais. Muita gente que cria bichos de estimação em casa se sente ligada afetivamente com eles, mas nos colecionadores essa ligação é tão próxima que eles não conseguem deixar o animal ir embora, mesmo quando está claro que ele ficaria melhor em outro lugar. Muitas vezes gastam muito dinheiro e muito tempo por causa disso. A situação até pode seguir sob controle durante algum tempo. O problema é quando, por alguma questão financeira, familiar ou de saúde, a pessoa não tem mais condições de cuidar dos bichos, mas já não consegue se desapegar deles e procurar um novo cuidador


ÉPOCA - O que pode ser feito para ajudar essas pessoas e esses animais?
Frost -Nós não sabemos qual é a melhor estratégia. Conheço pessoas que foram colecionadoras de animais e hoje estão livres do problema. Elas contam que, enquanto estavam agindo como colecionadoras, simplesmente não percebiam o que estava acontecendo. Não enxergavam que podiam viver sem tantos animais, e que aqueles animais também conseguiriam viver muito bem sem eles. Depois que eles ficaram sem os animais, adquiriram uma nova perspectiva daquela situação. [Nos Estados Unidos esses casos são resolvidos judicialmente: os animais são recolhidos e os colecionadores são proibidos de criar animais novamente] Finalmente perceberam que na verdade estavam prejudicando seus bichos. O problema é que os abrigos costumam não ser espaçosos o bastante para acomodar tantos. Então algumas vezes eles são sacrificados.


ÉPOCA - O medo dos colecionadores é justamente esse, não?
Frost -Sim, eles sentem que têm a missão de evitar a morte dos animais. Eles seguem o raciocínio de que um animal doente ou tratado inadequadamente é melhor do que um animal morto. O que me parece é que a melhor estratégia para começar a recuperação dos colecionadores é criar um ambiente estável e evitar que eles colecionem mais animais. É muito difícil conseguir que as pessoas se desfaçam de seus bichos.


ÉPOCA -E dá pra prevenir esse comportamento?
Frost -O que acontece aqui - e acredito que no Brasil aconteça a mesma coisa - é que essas pessoas são facilmente identificadas em suas comunidades como "a mulher dos gatos", ou algo assim. E aí os vizinhos que não querem mais seus gatos vão jogá-los dentro da casa dessa mulher. E isso contribui para agravar o problema. E o que essa mulher vai fazer? Ela não será capaz de despejá-lo na rua, pois tem medo de que o gato não sobreviva.


ÉPOCA - Há como parar esse ciclo vicioso?
Frost - Sim, quando há clínicas veterinárias e abrigos que os colecionadores freqüentem. Os profissionais desses lugares podem ficar de olho nos colecionadores e puxá-los para uma conversa. Eles podem falar sobre o estado de saúde dos animais e oferecer algum tipo de ajuda.


ÉPOCA - Aqui a internet tem sido uma aliada de cachorreiros e ONGs na meta de aumentar as adoções. Você vê essas redes positivamente?
Frost -Acho que a internet é um ótimo recurso para resolver esse tipo de problema. Só que ela é ao mesmo tempo um lugar onde os problemas podem ficar piores, pois os colecionadores podem procurar ainda mais animais na internet.


Características do comportamento de um colecionador de animais


* - Incapaz de colocar um limite no número de animais abrigados


* - Mantém um número anormal de animais em casa


* - Incapaz de dar aos animais o mínimo de condições de vida: alimento adequado, água, cuidados veterinários, e higienização do animal e do ambiente (as fezes e a urina se acumulam)


* - Inábil para admitir a própria incapacidade de cuidar minimamente dos animais e perceber o impacto negativo em sua própria saúde e bem-estar, na das pessoas próximas e dos animais abrigados


* - Incapaz de agir sobre a deterioração das condições dos animais ou do ambiente


* - Incapaz de doar um animal que seja (há casos em que nem os animais mortos são retirados do local)


* - Evita situações que poderão expô-lo, como, p.ex., receber amigos em casa




Lidando com o colecionador


Uma das formas mais efetivas de lidar com situações de Hoarding é montar uma força-tarefa interdisciplinar, envolvendo representantes de todas áreas envolvidas. Nos Estados Unidos, muitas comunidades montaram equipes com pessoas da área da saúde pública, serviço social, fiscalização do código de posturas e grupos de proteção aos animais, para um esforço conjunto na condução destes casos.
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Fonte: Época

16 de junho de 2010

ÚLTIMOS EVENTOS DA PROAMBI = )

Olá a todos = )
Vejam as fotos dos últimos eventos realizados pela Proambi = )
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15 de junho de 2010

"RONRONOTERAPIA"



Perseguidos em diferentes épocas e vítimas históricas de preconceito, os gatos estão ganhando absolvição por meio de um papel inesperado: o de terapeutas.
Em seu recém-lançado livro La Ronron Thérapie, a jornalista francesa Véronique Aïache explica, devidamente ancorada por trabalhos científicos, como o convívio com um bichano pode melhorar a vida das pessoas.

Ela relata, por exemplo, pesquisas como a do veterinário francês Jean-Yves Gauchet, que testou o poder do ronrom o som emanado pelos gatos quando estão em repouso em 250 voluntários, submetidos a uma gravação de 30 minutos do ruído de Rouky, o gato do veterinário. Ao fim do estudo, os participantes declararam sentir mais bem-estar, serenidade e uma facilidade maior para dormir.


O poder tranquilizante dos felinos foi o porto seguro da gerente comercial Cris Sakuraba, 46 anos. Não desmerecendo o medicamento, mas minha gatinha mudou minha vida, diz. Cris sofria de ansiedade, stress, depressão e agorafobia (medo de espaços abertos ou aglomerações), doenças que estavam minando sua qualidade de vida.


Agora estou 95% curada dos problemas. A gatoterapeuta Marisa Paes afirma que é capaz de fazer até quem não gosta dos bichanos se beneficiar da presença deles. Mesmo quem tem medo de gato me procura. Comigo como mediadora, a pessoa vai se desbloqueando, afirma.


Os tratamentos terapêuticos envolvendo animais começaram a ser desenvolvidos no Brasil no começo da década de 50, pela psiquiatra Nise da Silveira. O tratamento foi uma alternativa com resultados palpáveis às terapêuticas agressivas, como lobotomia e eletrochoque.


Com o gato ronronando no colo, por exemplo, a pessoa desacelera, pois ocorre a mudança de frequência das ondas cerebrais do estado de alerta para o relaxamento, diz Hannelore Fuchs, doutora em psicologia e especialista na relação do ser humano com o animal.


Faz sentido. A frequência do ronrom é entre 25 e 50 hertz, a mesma utilizadas na medicina esportiva para acelerar cicatrizações e recuperar lesões. No ano passado, a gigante de tecnologia Apple lançou em parceria com o veterinário Gauchet um aplicativo para iPhone que usa o ronrom para amenizar os efeitos que a diferença de fuso horário em viagens provoca.


Um estudo de 2008 da Universidade de Minesota, nos Estados Unidos, mostrou que um bichano em casa reduz em até 30% o risco de ataque cardíaco, por ajudar a relaxar e aliviar o stress. Só não pode ser alérgico a pelos.
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12 de junho de 2010

ANDARILHO VIAJA DE BICICLETA LEVANDO CADELINHA E SEUS FILHOTES

Em passagem pela rodovia Joao Baptista Cabral Renno, que liga Santa Cruz do Rio Pardo à Bauru, ambas cidades de São Paulo, a imagem de um andarilho chamou a atenção do fotógrafo Emerson Gonçalves. João Sidney Rodrigues da Silva, que não tem moradia fixa, viajava de bicicleta levando a cadela Princesa em sua garupa. A amizade entre eles motivou Gonçalves a fazer os retratos. O andarilho saiu de Santa Cruz do Rio Pardo e foi para a cidade de Pederneiras, também no Estado de São Paulo.

Dentro da cesta da garupa, Silva carregava sete filhotes de Princesa. Ele pretende doá-los somente quando tiverem idade suficiente para não dependerem da mãe. O andarilho tinha ração e disse que faz paradas frequentes na estrada para que a cadela amamente os filhotes.


"Achei muito interessante a verdadeira amizade e companheirismo das duas partes e pensei em partilhar essa história bonita com os amigos internautas", disse Gonçalves.
O internauta Emerson Gonçalves, de Santa Cruz do Rio Pardo (SP), participou do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra.
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Fonte: Terra

5 de junho de 2010

ZOOLÓGICOS - CRUELDADE E HUMILHAÇÃO

Como parte dos deveres e prazeres de um avô, levei minhas netas ao Jardim Zoológico, o mesmo que me encantara na infância. Na saída, elas estavam meio decepcionadas, e o avô deprimidíssimo.

Os grandes felinos, atração máxima, dormiam prostrados, uns na toca e outros no fundo da jaula. Pareciam dopados, mas me disseram que os tratadores lhes antecipam o almoço para que apaguem e não se perturbem com as multidões de crianças e adultos gritando em frente ao cativeiro. Elas querem ação, e os pobres grandes felinos só querem dormir, talvez sonhar que estão numa savana africana correndo atrás de antílopes.


O velho elefante empoeirado balançava a tromba em desalento. O hipopótamo, talvez com vergonha, estava enfiado no seu abrigo e exibia só a traseira descomunal. Dois pinguins tinham sido comidos, na véspera, por enormes e ferozes cães vira-latas, vindos das matas e favelas vizinhas. Mais ferozes e malandros do que as feras enjauladas, cavaram um túnel sob a cerca e devoraram as aves.


O que há de educativo em ver bichos tristes e humilhados, expostos à visitação pública? É uma perversão do que se vê nos espetaculares documentários da televisão, onde realmente se aprende sobre os animais ? E sobre nós mesmos.


Os parques abertos, tipo Kruger ou Simba Safári, são mais humanos para os animais, que vivem livres na natureza e podem ser observados de dentro dos carros pelo público. O cativeiro só se justifica para preservar espécies em extinção, que merecem zôos cinco estrelas para reproduzir, e voltar à vida selvagem.


É espantoso que, em plena era da ecologia, da sustentabilidade e da correção política, ainda existam jardins zoológicos. São provas vivas de crueldade com os animais, deveriam ser extintos. No Rio de Janeiro, a lei já proíbe exibir animais em circos, e é cumprida.


Um vez sugeri aos amigos do Casseta & Planeta um quadro em que animais livres e pacíficos passeavam com seus filhos por um zoológico com jaulas cheias de humanos mentirosos, gananciosos, covardes, sádicos e assassinos. O que mais divertia os filhotes dos macacos era a gaiola dos políticos ladrões.
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Fonte: Nelson Motta - O Estado de S.Paulo

3 de junho de 2010

AJUDE A PROTEGER O CÓDIGO FLORESTAL BRASILEIRO!

As mudanças propostas podem causar uma enorme perda para a proteção ambiental no Brasil. Nós não podemos caminhar na direção oposta de um futuro sustentável - vamos precisar de uma mobilizaçåo massiva para derrotar a poderosa bancada ruralista, mostrando que queremos a preservação e não o desmatamento! Avise seus amigos AGORA, peça que eles assinem a petição no link e encaminhem o alerta abaixo:

http://www.avaaz.org/po/salve_codigo_florestal/97.php?cl_tta_sign=11daa2c5a2f4a42727c2f9da2fbb03cd

Caros amigos,

Dia 1 de junho nossas florestas irão sofrer um ataque perigoso – deputados da “bancada ruralista” irão introduzir uma proposta para destruir o nosso Código Florestal, tentando reduzir dramaticamente as áreas protegidas, incentivando o desmatamento e crimes ambientais.


O que é mais revoltante, é que os responsáveis por revisar essa importante lei são justamente os ruralistas, representantes do grande agronegócio. É como deixar a raposa cuidando do galinheiro!


Há um verdadeiro risco da Câmara aprovar a proposta ruralista – mas existem também alguns deputados que defendem o Código e outros estão indecisos. Nos próximos dias, uma mobilização massiva contra tentativas de alterar o Código, pode ganhar o apoio dos indecisos. Vamos deixar claro para os nossos deputados que nós brasileiros estamos comprometidos com a proteção dos nossos recursos naturais – clique abaixo para assinar a petição em defesa do Código Florestal e depois encaminhe esta mensagem par os seus amigos:


http://www.avaaz.org/po/salve_codigo_florestal/97.php?cl_tta_sign=11daa2c5a2f4a42727c2f9da2fbb03cd


Enquanto o mundo todo está discutindo como preservar nossas florestas para futuras gerações, um grupo de deputados está fazendo exatamente o contrário: estão tentando entregar as nossas florestas para os responsáveis pela devastação e desmatamento do Centro-Oeste e da Amazônia. As alterações servem apenas para os latifúndios se expandirem mais, se houvesse uma revisão no Código, deveria ser para fortalecer proteções ao meio ambiente e apoiar pequenos produtores, e não para enriquecer o agronegócio.


As propostas absurdas incluem:


* Reduzir a Reserva Legal na Amazônia de 80% para 50%
* Reduzir as Áreas de Preservação Permanente como margens de rios e lagoas, encostas e topos de morro:
* Anistia aos crimes ambientais, sem tornar o reflorestamento da área uma obrigação
* Transferir a legislação ambiental para o nível estatal, removendo o controle federal


Essa não é uma escolha entre ambientalismo e desenvolvimento, um estudo recente mostra que o Brasil ainda tem 100 milhões de hectares de terra disponíveis para a agricultura, sem ter que desmatar um único hectare da Amazônia.


A proteção das floretas e comunidades rurais depende do Código Florestal, assim como a prevenção das mudanças climáticas e a luta contra a desigualdade do campo. Assine a petição para salvar o Código Florestal e depois divulgue!


http://www.avaaz.org/po/salve_codigo_florestal/97.php?cl_tta_sign=11daa2c5a2f4a42727c2f9da2fbb03cd


Juntos nós aprovamos a Ficha Limpa na Câmara e no Senado. Se agirmos juntos novamente pelas nossas florestas nós podemos fazer do Brasil um modelo internacional de desenvolvimento aliado à preservação.


Com esperança,


Graziela, Alice, Paul, Luis, Ricken, Pascal, Iain and the entire Avaaz team


Saiba mais:


País tem 100 mi de hectares sem proteção - Estado de São Paulo:
http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100505/not_imp547054,0.php


Estudos ressaltam importância ambiental do Código Florestal - WWF:
http://www.wwf.org.br/informacoes/noticias_meio_ambiente_e_natureza/?24940/Estudos-ressaltam-importancia-ambiental-do-Codigo-Florestal