26 de maio de 2009

CIRCO SEM ANIMAIS COMPLETA 25 ANOS

Quem foi que disse que um circo, pra ser bom, tem que ter bicho? Uma companhia canadense descobriu, há 25 anos, que a graça do circo é outra. E ganhou o mundo.
São 25 anos no picadeiro e o mundo não se cansa de admirar. Noventa milhões de pessoas já assistiram aos espetáculos do Cirque du Soleil nos cinco continentes.
A ideia de criar um circo sem animais partiu de um grupo de jovens artistas que trabalhava nas ruas de Quebec, no Canadá, em 1984. O objetivo era transformar cada apresentação em uma homenagem à alegria dos palhaços e às habilidades de contorcionistas, acrobatas e equilibristas.
Carmem, uma das fundadoras, diz que o primeiro show, com 20 artistas, era só para comemorar os 450 anos da descoberta do Canadá, mas eles nunca mais pararam. Só este ano são 19 shows em cartaz nos pontos mais distantes do planeta.
Quatro mil funcionários de 40 nacionalidades ajudam a manter o império em que se transformou o Cirque du Soleil. O quartel-general fica em Montreal. Lá nascem todos os espetáculos.
Seja bem-vindo a uma pequena cidade chamada Cirque du Soleil. Conheça as oficinas que dão vida a todas as fantasias.
Roupas e figurinos que encantam o mundo passam pelas mãos habilidosas de costureiras. Na produção dos sapatos, os mínimos detalhes também são pensados. Num deles, por exemplo, todos os quadradinhos precisam estar enfileirados para que o brilho não interfira no resultado da iluminação do espetáculo.
O que parece um grande laboratório, na verdade, é uma tinturaria. Todos os tecidos que são usados nos espetáculos chegam branquinhos. Eles passam por vários tratamentos, recebem várias misturas de cores até ficarem no tom exato, imaginado pelo designer.
Na cabeça, há bordados, chapéus, e centenas de perucas diferentes, confeccionadas com muita paciência. A colombiana explica que os fios de cabelo são aplicados um a um com uma agulha de crochê, uma tarefa que exige 200 horas de trabalho para cobrir uma peruca inteira.
No local, também que são criadas e ensaiadas todas as coreografias. Os artistas formam um batalhão de mil profissionais selecionados pelos quatro cantos do mundo.
Artistas que eram atletas e ginastas olímpicos trocaram as competições pela vida no circo. Wellington, pernambucano, é um exemplo. Ex-ginasta de trampolim olímpico, diz que se cansou das competições. Há onze anos participa do Cirque.
“O que me puxou foi a possibilidade de apresentar uma coisa diferente, sem ser julgado. A única competição é com você mesmo todos os dias, quando faz as suas performances”, comenta Wellington.
O ex-atleta se tornou especialista de um paredão de escalada, misturado à cama elástica. Adora os desafios que surgem todos os dias. “Tem sempre um número diferente ou com alguma modificação, que vai sempre dar aquele ‘Uau’ no público”, acredita.
Reação de surpresa e deslumbramento do público é algo que nunca faltou nos espetáculos do Cirque Soleil desde o primeiro dia desses 25 anos de estrada.

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