7 de novembro de 2009

"ZOO-ILÓGICO "

O lógico seria mostrar os animais como eles são; seu comportamento, sua vida em família, seus hábitos, sua alimentação, seus relacionamentos, enfim: animais de verdade. Em liberdade.

Nos zoológicos, vemos um arremedo triste de animais deprimidos e solitários, expostos à curiosidade humana, sem entender o que estão fazendo ali.

Quem visita um zoológico com a intenção de conhecer os animais que lá estão, e pensa que está vendo um leão, um elefante, está enganado, está iludido. Aquele “elefante” não é realmente um elefante. Ele é um ser que já perdeu o espírito de sua espécie, que fica andando para lá e para cá, aborrecido, sozinho, sem saber por que está preso ali, uma vida inteira!!!

Na natureza, anda em média 40 km por dia, é gregário, vive em família, busca seu alimento para sobrevivência, refresca sua pele nos riachos, brinca, interage com familiares, vive vida de elefante. De verdade.

Sempre penso que os zoológicos deveriam ser virtuais: tecnologia do século XXI, com sons e imagens em 3ª (ou 4ª) dimensão, imagens de animais verdadeiros, como eles são; como vivem, como conversam, como interagem, em seus habitats, vivendo sua vida natural… isso enquanto há tempo, porque cada vez temos menos ambientes naturais, no nosso planeta.

Um zoolólgico ético, sem animais aprisionados, sem comércio de animais, sem toda a crueldade e violência que envolvem capturas, privação de liberdade, transportes, transferências. Sem solidão involuntária, sem sofrimento imposto, sem depressão provocada, sem ilusão.

Será preciso ter sofrido na própria pele o sequestro, os maus-tratos, o encarceramento e a opressão para se pôr no lugar do outro?

(Texto de Nina Rosa Jacob)

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